O que é o Squash: esporte ou tribo?

Uma discussão frequente entre nós squashistas é sobre como um esporte como o Squash não desfruta da popularidade de outras modalidades e sequer é incluído nos jogos olímpicos. Já fomos preteridos inclusive para o Breaking Dance, que, com todo o respeito, não é um esporte propriamente dito, mas uma dança. Ok, você também pode ter chegado aqui se perguntando sobre o que é o Squash “no jogo do bicho”, popularmente falando, para se achar merecedor dos jogos olímpicos.

Bom, aqui não vou entrar nesse mérito, embora eu fique intrigado e já tenha compartilhado outras especulações sobre. O objetivo dessa postagem, na verdade, é outro. Isto é, tentar refletir um pouco sobre o que é o Squash. Dois artigos1 muito interessantes discutem nosso esporte na perspectiva de uma tribo. Isto é, um grupo de aficionados com hábitos em comum e que compartilham interesse em torno de uma atividade. Será que isso é realmente verdade? Somos uma espécie de bolha?

Bom, creio que boa parte de nós squashistas quando dizemos que jogamos Squash recebemos réplicas do tipo:

“Ah, aquele esporte que parece com Tênis, mas que é jogado dentro de uma sala”

“Squash!? O que é isso?”,

“É Aquele esporte de raquete que você joga batendo a bola contra a parede? QUe graça tem ficar jogando contra a parede?”

Um dos motivos que contribuem para que isso ocorra é a quantidade de praticantes, que não é alta, principalmente em nosso país. Sempre me surpreendo com isso, pois vejo muito entusiasmo entre nós com relação ao Squash. O que poderia ser feito para que esse cenário mude, então? Acredito que refletir sobre alguns aspectos podem ajudar.

O Squash é um esporte de elite?

Acredito que é uma meia verdade. Ou seja, em alguns países, inclusive no nosso, ainda existe um forte viés de elite associado ao Squash. Isso fica mais perceptível ao conviver no ambiente do esporte ou ao apresentá-lo para quem não o conhece. Talvez isso ocorra por sua origem tradicionalmente ter ocorrido em clubes, cujo acesso é mais restrito a certos estratos da população. Isso acontece até mesmo no Egito, que tem sido um expoente do esporte desde o final da década de 2000.

Outro ponto que contribui para esse tipo de percepção é resultado de desinformação sobre o que é o Squash. Com razoável frequência, escuto relatos que o custo inicial para praticar nosso esporte é caro. Todavia, vejo pessoas gastando valores muito maiores em esportes como ciclismo, por exemplo. E, convenhamos, uma bicicleta, além de bem mais cara, dá muito mais manutenção do que uma raquete de Squash, que, por vezes, dura a “carreira” toda do jogador.

Como ampliar a tribo do Squash?

Bom, primeiro, penso que é preciso esclarecer mais sobre o esporte, ser um evangelizador e embaixador. Segundo, acredito que nós, sempre que possível, devemos chamar aquele amigo que quer praticar um esporte mas está indeciso ao que fazer. Ou mesmo convidar aquele amigo que gosta muito de esportes e deseja tentar algo novo. Por fim, para além disso, precisamos sempre jogar com eles e outros iniciantes.

É razoavelmente comum, quando estamos começando, não encontrarmos colegas do mesmo nível para praticar. Por isso, sempre faço questão de jogar com iniciantes, pois esse é o estímulo para continuar. Vejo que nem sempre isso ocorre quando os jogadores já possuem um determinado nível de habilidade. Até entendo, pois como se diz na nossa tribo, você aprende sempre mais com quem joga melhor. Todavia, o contrário também pode ser verdade. Então, por que não fazer isso com quem está iniciando também? É uma ótima oportunidade de treinar, por exemplo, o controle de bola.

Como pensar o futuro da tribo do Squash?

Não se pode deixar de falar no aspecto financeiro envolvido no financiamento e formação de novos atletas. A lógica empresarial é de investir onde se possa ter retorno. Logo, para atrair mais patrocinadores, é preciso que eles enxerguem o esporte como capaz de dar retorno a sua marca.

Por isso, é preciso também cultivar uma audiência para além dos squashistas, pois já somos viciados bastante interessados no Squash. Algumas iniciativas muito importantes trabalham o futuro do nosso esporte. São elas o projeto Squashinhos, e o Squash do Amanhã, que tem, inclusive, cursos voltados para todos níveis de jogadores. É uma oportunidade de aprender e trocar experiências com grandes nomes do nosso esporte.

Para finalizar, reforço a necessidade de haver união em prol do Squash. Isso inclui novamente a perspectiva de ser um evangelizador e embaixador. Ou seja, para além de convencer os amigos a se juntarem a tribo, cabe tentarmos reforçar que uma quadra de Squash pode ser um bom investimento para clubes, academias e condomínios. Afinal, ocupa pouco espaço, pode ser jogado independentemente do clima e o jogo é dinâmico, com muito potencial para a saúde.

Então, sem mais desculpas, é hora de reunir os integrantes dessa tribo e  chamar aqueles que ainda não fazem parte para se juntar a nós.

E para você o que é o Squash? Como fazer ampliar e pensar o futuro dessa tribo? Deixe seu comentário!


1Blog Racquetsocial e The Squashist

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